Imortal e imatura esperança
Impertinente ao acreditar, esvaindo-se na descrença.
De volta em loucos sonhos a me assombrar
Como se eu não soubesse que
Enraizadas em cada um de meus ossos
As desilusões de cada antepassado
As dores e os desenganos de
Cada um morto Costa, de cada enterrado Godoy
E que saibas, portanto e agora
Porque me sinto são em noites onde dói-me a alma
Desesperado em dias de calma e perdido ante um sorriso verdadeiro
E que saibas, portanto e agora,
Porque a cada meio que te aproximas
Eu movo-me inteiro
Faz-se já tempo que sei que os felizes se perdem em devaneio
Pois que seja então nosso destino esse jogo de esconde-esconde
Mas não me entendas mal, eu me vejo confuso ainda assim onde
me encontras tão vulnerável
A pensar...
O que é a vida senão ilusão
E não será a esperança por conclusão
Minha única conexão para com esse mundo?
É quando então me vês a bradar e a bramir entusiasmado:
Que sirva-nos a todos a tal da esperança!
E que nos permita ela mover, alcançar e atingir!
Porém,
Atingir o que, afinal?
Não será melhor viver na angústia
E andar no andar da humanidade?
Até que chegue a morte em toda sua crueldade
A dizer
Por tempo demais esperastes
Agora aquietas o coração e descanses
Estivestes certo na medida em que errastes!
E assim é a matemática da arrogância
Simples, mas incompleta,
Não satisfaz na medida em que é certa nesta ânsia por compreender
Mas, a cada pulsar do coração, a vida pára num instante de silêncio e me diz
Descanses a lógica nesta morte em brevidade
E tu, alma racional, aceites o sublime como por sorte e por verdade
Sabendo que.
No decorrer do seu tempo e a cada momento
Tivestes razão
Não mais que a metade das vezes,
Não mais que cinqüenta por cento
Drigo