No ventre do planeta o fogo queima
calado e sempre e na superfície,
a gente surda com olhos que só olham para frente,
e corações que sentem para trás,
vive em desatino
e desatino é seu destino
num complexo capital de superioridade
em uma busca efêmera por felicidade
caminham em manhãs que amanhecem em ansiedade
dirigem carros por cidades e voam em aviões apertados
Buscando sentido
Respirando o ar rarefeito
E do alto se vê as luzes do artifício
E o horizonte desafiando o raciocínio em pores do sol
Com seus drásticos efeitos
No centro o fogo queima
Por dentro o fogo queima
Em volta tudo é silêncio
como num vácuo entre
O sublime e o banal
Drigo