terça-feira, 3 de julho de 2007

Sobre a Noite, a Poesia e o Bar

E eu fui juntando os conceitos
E fui tentando incorporá-los
De uma forma um pouco exata
A meu mundo abstrato
Sem romper com meu compromisso
Em ser suficientemente abstrato para que não se comprometa e emoção exata
Pela exatidão do fato

E eu fui diluindo
Tanta exatidão no papel
Com as cores na minha cabeça
Refletindo as cores do céu
Eu cheguei a quatro páginas e um terço
Numa fonte pequena
Fazendo sentido
Numa aquarela de cores

E assim pelo fim do terço final
Da quarta página
Fui caminhar pela noite
Achando-me poeta e sábio
Sob a lua
Para o bar

Num lar que não era meu
Encontrei conversas mundanas
Sensível que sou
Sofri pessoas sacanas
Bebi e sorri uma inocência
Da qual quase me envergonho

E assim a noite foi me traindo
A cada gole eu fui me traindo
E fui diluindo
As cores de minha cabeça
Numa escuridão tropeça
Numa fonte pequena e bêbada
De pouca sabedoria

E fui então rompendo
Com meus compromissos
Tornando-me concreto e mundano
Num mundo abstrato e cigano
Tornando-me de fino trato
Para com quem não merecia

Ao raiar do dia
A agonia da consciência que berra
Sofrendo o sol queimando-me a mente
Do fundo de minha alma eu imploro por forças
Que não me deixem cair por terra

Eu olho para o sol com os olhos ardentes
E garanto as forças que me fizeram refém
Que o mundo em que vivo é o mundo do bem
E que eu perco a batalha,

Mas não perco a guerra

Drigo