O menino estourou pela porta do carro
Cambaleou
Tropeçou
Mas não caiu
Ele riu mais do que todo mundo
Eu não ri, mas sorri orgulhoso
Ao ver o menino tropeçando
Pois tropeçar é preciso
E dizer “não”
É preciso dizer não
À precisão do passo
À falsa segurança que sequer nos livra
Do despudor do embaraço
E ninguém soube e nem jamais saberá
Que menino estava feliz
Talvez por saber que por um triz
Recuperou o passo
Desafiou o compasso e
Fez aquilo que faz o ser humano ao ser humano
Dizendo não a quem exige compreensão
-quem berra, perde a questão
Dizendo não assim
Ao terrorismo da razão
Fazendo compreender
O menino fez a si compreendido
Só isso faz sentido para quem vive a favor da vida
E eu sei que ele há de acordar por dias, infeliz,
E dolorido
Eu também hei, haveremos todos
Mas que saiba o menino e que eu não me esqueça
Que a vida recompensa
Quem faz ou quem fez
De acordo com o que se pensa
Quem respeita as estações
Quem não repete orações
Viver é uma forma de oração
Quando se permite tropeçar
Quando se aprende a dizer sim ao sim
E não ao não
Eu vi o menino estourando pela porta do carro
Na contramão
Se colocando ao quase-cair em sintonia com o que o universo conspirou
O que o viver de cada um acumulou
Até virar a sabedoria que se tangencia
Entre o anoitecer
E o raiar de um novo dia
E que se coloca disponível a quem se permite sonhar
A quem se permite não estar sempre tão certo
A quem respeita o incerto e entende que nem tudo é o que parece
Nem tudo o que sobe desce
Quem se atreve
A desafiar a gravidade
Sabe e entende
O que é ser leve
E que o menino releve e compreenda que sim de fato faz sentido
Sonhar acordado
Ser meio tarado e viver por um triz
Infeliz quem não espera que a vida o desafie
Naquilo que cegamente confie
Naquilo que sonhou
Naquilo que quis
Drigo
domingo, 17 de agosto de 2008
All I know is that I know nothing
E então
Eu páro e meus olhos fitam
Em busca de compreensão
E de tanto fitar se cansam a saber que,
Mais que meu querer
Mais do que entender
O que se fez
Ou não se fez
Ao completar-se um ano
Importa ser
Mais oceano
E aceitar-se errático
Por mais que eu me perceba
Matemático,
Eu aceito por fim
O inesperado, o acidental
E o poder subliminal
Da imaginação
Quem espera resposta ao calcular
Esquece-se de respirar e não se dá conta que
A matemática é mera linguagem
Imagem do verdadeiro, mas...
Não oferece solução
E o que importa na verdade
É que a falta de compreensão
Faz-me e faz a ti
Mais sãos.
E à cada peça que clama por outra peça
Para que encaixe
Eu digo não
E eu reconheço que isso incomoda e quase peço que me esqueçam
Pois me faz assim mais suportável esse cansaço
Eu que sou carne e não sou aço
Tanto penso
Tão pouco faço
Mas eu não me encaixo mesmo,
Eu sigo sendo
Ladeira abaixo
Por gravidade
F=m.a
Na física de quem raciocina
Como se a esquina
Oferecesse
A resposta
Como se a menina
Oferecesse
A resposta
Como se perguntar garantisse
Exata explicação
Eu digo de antemão
Que não há
Explicação
Por que se ama um homem
Ou uma mulher e o porquê
Da supremacia ocidental
Do garfo e faca
Sobre a colher
A compreensão é uma utopia
A alma humana é vagabunda e vadia
E aleatória
E a história uma invenção
Diz-se e se escreve o que se quer
E no fim ninguém entende
Por que se insiste
Na dor
Que contagia
Sofre tanto o filho da puta
Que a dor imputa
Quanto quem em busca de sentido
Dói na luta
Ao ser infligido
A dor gera sanidade
E a idade
Humana ou sobre-humana
Encaminha-nos
Na busca por verdade
Obvia a maldade em quem serve ao ego
A luz que não estimula no cego a visão
acalenta-lhe
O coração
Um conforto que transcende a compreensão
Faz-lhe intuir
Mais do que nós que vemos e,
Que por não ser esse poema em Braille
Aqui o lemos
Desatando os nós
Que uma vez desatados
Transformam-se
Em novos nós.
E faz-nos de tanto amor, desejo e inteligência.
Montes de pó em pró
Da angústia de uma ciência
Que tão pouco entende
E eu
Que pareço um louco
Ao admitir
Que sou tão pouco
Que sei tão pouco.
Me calo e deixo o sol nascer
O galo cantar
E o dia acontecer
Drigo
Eu páro e meus olhos fitam
Em busca de compreensão
E de tanto fitar se cansam a saber que,
Mais que meu querer
Mais do que entender
O que se fez
Ou não se fez
Ao completar-se um ano
Importa ser
Mais oceano
E aceitar-se errático
Por mais que eu me perceba
Matemático,
Eu aceito por fim
O inesperado, o acidental
E o poder subliminal
Da imaginação
Quem espera resposta ao calcular
Esquece-se de respirar e não se dá conta que
A matemática é mera linguagem
Imagem do verdadeiro, mas...
Não oferece solução
E o que importa na verdade
É que a falta de compreensão
Faz-me e faz a ti
Mais sãos.
E à cada peça que clama por outra peça
Para que encaixe
Eu digo não
E eu reconheço que isso incomoda e quase peço que me esqueçam
Pois me faz assim mais suportável esse cansaço
Eu que sou carne e não sou aço
Tanto penso
Tão pouco faço
Mas eu não me encaixo mesmo,
Eu sigo sendo
Ladeira abaixo
Por gravidade
F=m.a
Na física de quem raciocina
Como se a esquina
Oferecesse
A resposta
Como se a menina
Oferecesse
A resposta
Como se perguntar garantisse
Exata explicação
Eu digo de antemão
Que não há
Explicação
Por que se ama um homem
Ou uma mulher e o porquê
Da supremacia ocidental
Do garfo e faca
Sobre a colher
A compreensão é uma utopia
A alma humana é vagabunda e vadia
E aleatória
E a história uma invenção
Diz-se e se escreve o que se quer
E no fim ninguém entende
Por que se insiste
Na dor
Que contagia
Sofre tanto o filho da puta
Que a dor imputa
Quanto quem em busca de sentido
Dói na luta
Ao ser infligido
A dor gera sanidade
E a idade
Humana ou sobre-humana
Encaminha-nos
Na busca por verdade
Obvia a maldade em quem serve ao ego
A luz que não estimula no cego a visão
acalenta-lhe
O coração
Um conforto que transcende a compreensão
Faz-lhe intuir
Mais do que nós que vemos e,
Que por não ser esse poema em Braille
Aqui o lemos
Desatando os nós
Que uma vez desatados
Transformam-se
Em novos nós.
E faz-nos de tanto amor, desejo e inteligência.
Montes de pó em pró
Da angústia de uma ciência
Que tão pouco entende
E eu
Que pareço um louco
Ao admitir
Que sou tão pouco
Que sei tão pouco.
Me calo e deixo o sol nascer
O galo cantar
E o dia acontecer
Drigo
sábado, 2 de agosto de 2008
Dois de Agosto, Dois Mil e Oito, que foi assim.
O dia serenou quando meu pai chamou
E disse: Filho vamos tomar um pouco de sol
Teu coração aflito já levou pito e segurou o grito
Já desejou demais neste quarto escuro
Nessa tela de computador
Vamos para a rua
O sol segue brilhando e a lua
Vai refletir do mesmo jeito
Quer te aflijas
Quer não
Meu pai é um amigo que tenho
Meu pai é empenho em me amar
Meu pai serenou o meu coração
Num dia de cão
Que agora já parece até agradável
Eu tão pouco sociável
Há dias não sentia que a cidade
Ia acontecendo com a mesma indiferença
A cidade é uma fotografia
Quando você acha o sentido
Ela já não faz sentido
Quando tanto é dito por tanta gente
E tanto é mentido ou assumido como verdade
Fica difícil não generalizar e banalizar e marginalizar
Há de se justificar a cidade afinal
E tanto sentimento é oprimido por preguiça
De elaborar um pouco mais
Afim de que não se deixe pra trás
A chance de acontecer
E a vida não é só tristeza nem e só alegria
A vida se faz tropeçando
Parando
Recomeçando ao meio dia
Às três da tarde
Recomeçando por ordem das nuances, dos sorrisos inesperados
Recomeçando pois só a morte encerra
E a vida berra por redimir um dia de cão
Ainda que tardia
A vida clama por redenção
Minha sobrinha coroou a redenção deste dia
Ao me olhar um sorriso
Que sorri quem sabe que só o amor cria
Ela ama
Simplesmente ama e
Ela tem que crescer e ocupar espaço e para tanto
Seu instrumento é o amor
O seu desejo é amar
E agora o sol vai se por e a mente começa a divagar eu sou uma prece
A cortina desce
E é quando escurece que vejo
O quanto se quis
De tanto desejar eu me tornei desejo
Um beijo frustrado
Que agora
Neste momento sereno
Encontra a alegria em ouvir a menina aprendendo a falar
Ao saber-se possível
Perdoar
E se perdoar
Ao entender que o desejar não é assim tão ruim
O desejo ensina a amar
E a paciência com quem acha que pode mandar no dia ...
Há de haver paciência com quem pensa assim
E há de se saber que no fim das contas
Cada um com a sua razão
Mais vale um coração sereno
E a imensurável gratidão
A um pai que se chama devoção
E a um amigo que me deu a mão e cuidou do plano que não vai esvair
A uma criança que me impede de ir
A uma mãe que ama e supera tanta certeza
Transcende a razão que lhe é tão cara
Por que sente
Que a vida não pára
Que a harmonia é lapidada
Como uma jóia rara
Com muita aceitação
Com boa vontade
Com a serenidade que é um tapa de luva na cara de quem grita e exige explicação
Quem não corrompe o coração por medo ou vaidade
Recupera a paz, mantém a dignidade
E cala a boca suja da cidade que é uma entidade egocêntrica
Que por tanto demandar a coerência que lhe confere efêmero sentido
Acaba não respeitando ninguém.
Drigo
E disse: Filho vamos tomar um pouco de sol
Teu coração aflito já levou pito e segurou o grito
Já desejou demais neste quarto escuro
Nessa tela de computador
Vamos para a rua
O sol segue brilhando e a lua
Vai refletir do mesmo jeito
Quer te aflijas
Quer não
Meu pai é um amigo que tenho
Meu pai é empenho em me amar
Meu pai serenou o meu coração
Num dia de cão
Que agora já parece até agradável
Eu tão pouco sociável
Há dias não sentia que a cidade
Ia acontecendo com a mesma indiferença
A cidade é uma fotografia
Quando você acha o sentido
Ela já não faz sentido
Quando tanto é dito por tanta gente
E tanto é mentido ou assumido como verdade
Fica difícil não generalizar e banalizar e marginalizar
Há de se justificar a cidade afinal
E tanto sentimento é oprimido por preguiça
De elaborar um pouco mais
Afim de que não se deixe pra trás
A chance de acontecer
E a vida não é só tristeza nem e só alegria
A vida se faz tropeçando
Parando
Recomeçando ao meio dia
Às três da tarde
Recomeçando por ordem das nuances, dos sorrisos inesperados
Recomeçando pois só a morte encerra
E a vida berra por redimir um dia de cão
Ainda que tardia
A vida clama por redenção
Minha sobrinha coroou a redenção deste dia
Ao me olhar um sorriso
Que sorri quem sabe que só o amor cria
Ela ama
Simplesmente ama e
Ela tem que crescer e ocupar espaço e para tanto
Seu instrumento é o amor
O seu desejo é amar
E agora o sol vai se por e a mente começa a divagar eu sou uma prece
A cortina desce
E é quando escurece que vejo
O quanto se quis
De tanto desejar eu me tornei desejo
Um beijo frustrado
Que agora
Neste momento sereno
Encontra a alegria em ouvir a menina aprendendo a falar
Ao saber-se possível
Perdoar
E se perdoar
Ao entender que o desejar não é assim tão ruim
O desejo ensina a amar
E a paciência com quem acha que pode mandar no dia ...
Há de haver paciência com quem pensa assim
E há de se saber que no fim das contas
Cada um com a sua razão
Mais vale um coração sereno
E a imensurável gratidão
A um pai que se chama devoção
E a um amigo que me deu a mão e cuidou do plano que não vai esvair
A uma criança que me impede de ir
A uma mãe que ama e supera tanta certeza
Transcende a razão que lhe é tão cara
Por que sente
Que a vida não pára
Que a harmonia é lapidada
Como uma jóia rara
Com muita aceitação
Com boa vontade
Com a serenidade que é um tapa de luva na cara de quem grita e exige explicação
Quem não corrompe o coração por medo ou vaidade
Recupera a paz, mantém a dignidade
E cala a boca suja da cidade que é uma entidade egocêntrica
Que por tanto demandar a coerência que lhe confere efêmero sentido
Acaba não respeitando ninguém.
Drigo
segunda-feira, 2 de junho de 2008
O Paradoxo do Perfeito
Um poema perfeito
Há de ser rápido
Cuspido ou vomitado
Deve ser doado ao mundo de qualquer jeito
Sem preconceito e sem conceito
Deve lidar com o abstrato como fato
O poeta literato
Deve ficar quieto quando lhe perguntam o “porquê” do que escreve
Deve abrir mão de fazer sentido
E deve orar a um deus que lhe permita
Jamais tocar o chão
O poeta verdadeiro
Deve queimar por inteiro
Pois poesia é combustão
Que é mais do que destino
É a nossa salvação
E acima de tudo há de se saber
Que o poema é o poeta
E que a perfeição é um conceito
Inatingível
Que o amor é ilegível
Que transcender é essencial
Que o que vemos é mundano
E que não há genes conhecidos
Para o espírito humano
Drigo
sábado, 24 de maio de 2008
Luau em Ocean Beach, 2am
É noite e o fogo e o mar e tanta cerveja
Que eu anseio voar
Olhando para um céu que só deus, dizem
Pode tocar e eu disse a deus que perdi as minhas asas
No ventre de minha mãe e em sonhos e orações
E em tardes bêbadas e noites como essa
Que mal posso lembrar e
Eu pedi a esse mesmo deus que devolvesse as minhas asas
Pois meus braços estão cansados
E hoje mais cedo
Eu e meus amigos estávamos
Batendo nossos braços
Tentando voar
Cansados
De tanto ejetar
Latas de cervejas de nossas mãos
Ao cosmo
Tentando voar
Tentando tocar deus e o céu e com tamanha religiosidade
Quem precisa de igreja?
Falando em línguas tão claras e óbvias sentindo-nos mais vivos
Mais do que nós mesmos
E por fim vomitando tanta vida sobre a calçada dura
Tentando conhecer deus
O universo tentando conhecer deus
Enquanto matamos uns aos outros por azeite e religião
Até que nossas asas finalmente se abram
E nos tornemos mais do que humanos
Pois ser humano não basta
Não basta quando eu olho para as estrelas e penso deus
Tudo o que eu queria
Era ser
Teu astronauta
Drigo
Que eu anseio voar
Olhando para um céu que só deus, dizem
Pode tocar e eu disse a deus que perdi as minhas asas
No ventre de minha mãe e em sonhos e orações
E em tardes bêbadas e noites como essa
Que mal posso lembrar e
Eu pedi a esse mesmo deus que devolvesse as minhas asas
Pois meus braços estão cansados
E hoje mais cedo
Eu e meus amigos estávamos
Batendo nossos braços
Tentando voar
Cansados
De tanto ejetar
Latas de cervejas de nossas mãos
Ao cosmo
Tentando voar
Tentando tocar deus e o céu e com tamanha religiosidade
Quem precisa de igreja?
Falando em línguas tão claras e óbvias sentindo-nos mais vivos
Mais do que nós mesmos
E por fim vomitando tanta vida sobre a calçada dura
Tentando conhecer deus
O universo tentando conhecer deus
Enquanto matamos uns aos outros por azeite e religião
Até que nossas asas finalmente se abram
E nos tornemos mais do que humanos
Pois ser humano não basta
Não basta quando eu olho para as estrelas e penso deus
Tudo o que eu queria
Era ser
Teu astronauta
Drigo
segunda-feira, 12 de maio de 2008
Ao mal e ao bem que a Califórnia me fez
Eu espero pelo frio tudo o que eu quero é voltar pra casa
E eu digo isso por que eu não agüento mais ligar a cobrar pra dizer
Que todo mundo morre um pouco no decorrer de cada dia
E um outro pouco
A cada anoitecer
Morre sozinho,
Quase sem querer
E eu sei que cada chance de ter caído fora
Foi uma chance jogada fora
Eu espero pelo frio e eu pago para não sofrer
Eu pago sem querer
Eu não quero o que não seja meu, mas tudo bem
O merecer não é algo que eu queira discutir
Prefiro não merecer e partir
Eu tenho essa qualidade quase nada rara hoje em dia
De perder o controle e de apagar o que eu não quero
Na minha memória
De saber demais de história
Sem se dar conta
De que a história quem faz
Somos eu e você
E minha mente ainda está presa
Por sorte ou falta dela
No oeste da América do Norte
Presa demais
Ao mal e ao bem que a Califórnia me fez
a ainda e me faz
E a um passado que me traz a vontade a tona
Me faz querer a volta
Uma vontade que não me deixa em paz
E certa revolta ao perceber que
Eu sou diferente demais do viver desta cidade
Talvez eu devesse agir mais de acordo
Com minha idade com quem discorda
Com quem me dá pouca bola
Mas se tempo e espaço são de certa forma a mesma coisa
E se a vida é escola
Que mal há em se saber
Atemporal
Eu não sei como não o ser
E eu queria ter a capacidade afinal
De saber esquecer
Mas se for o caso
Eu caio fora de vez
E as coisas que ninguém fala que fez
Viram as coisas que só eu fiz
Eu espero contudo, que com o tempo
Você esqueça também
Que você conheça alguém
Que você seja feliz
Drigo
E eu digo isso por que eu não agüento mais ligar a cobrar pra dizer
Que todo mundo morre um pouco no decorrer de cada dia
E um outro pouco
A cada anoitecer
Morre sozinho,
Quase sem querer
E eu sei que cada chance de ter caído fora
Foi uma chance jogada fora
Eu espero pelo frio e eu pago para não sofrer
Eu pago sem querer
Eu não quero o que não seja meu, mas tudo bem
O merecer não é algo que eu queira discutir
Prefiro não merecer e partir
Eu tenho essa qualidade quase nada rara hoje em dia
De perder o controle e de apagar o que eu não quero
Na minha memória
De saber demais de história
Sem se dar conta
De que a história quem faz
Somos eu e você
E minha mente ainda está presa
Por sorte ou falta dela
No oeste da América do Norte
Presa demais
Ao mal e ao bem que a Califórnia me fez
a ainda e me faz
E a um passado que me traz a vontade a tona
Me faz querer a volta
Uma vontade que não me deixa em paz
E certa revolta ao perceber que
Eu sou diferente demais do viver desta cidade
Talvez eu devesse agir mais de acordo
Com minha idade com quem discorda
Com quem me dá pouca bola
Mas se tempo e espaço são de certa forma a mesma coisa
E se a vida é escola
Que mal há em se saber
Atemporal
Eu não sei como não o ser
E eu queria ter a capacidade afinal
De saber esquecer
Mas se for o caso
Eu caio fora de vez
E as coisas que ninguém fala que fez
Viram as coisas que só eu fiz
Eu espero contudo, que com o tempo
Você esqueça também
Que você conheça alguém
Que você seja feliz
Drigo
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Um semi-tom (ou menos)
Como música
Uma nota clama por outra
E depois
Por outra mais
E
Quando essas notas são menos
Prováveis
É quando eu gosto mais
Tipo,
Você batendo a minha porta
Às 4 da manhã
E demora sim uma vida ou duas
Para que se compreenda
Que não se precisa de comando ou direção
Quando se segue o chamado da natureza
Quando se escuta o coração
Mesmo que ele exija um bocado de tristeza
E demande
Andar na contramão
O chamado pede sim
Por um pecado ou dois
E por
Revolução
E pede por uma mente que transite livremente
Em qualquer dimensão
Afinal
Qualquer mente muito consciente facilmente entra num oceano de loucura e gozação
Por vinte e poucos reais
Mas os caminhos reais
Só trilha quem lida
Com tempo e forma de forma criativa
Quem vive a favor da vida
Ativando vida,
Por combustão e
Explosão
Drigo
Uma nota clama por outra
E depois
Por outra mais
E
Quando essas notas são menos
Prováveis
É quando eu gosto mais
Tipo,
Você batendo a minha porta
Às 4 da manhã
E demora sim uma vida ou duas
Para que se compreenda
Que não se precisa de comando ou direção
Quando se segue o chamado da natureza
Quando se escuta o coração
Mesmo que ele exija um bocado de tristeza
E demande
Andar na contramão
O chamado pede sim
Por um pecado ou dois
E por
Revolução
E pede por uma mente que transite livremente
Em qualquer dimensão
Afinal
Qualquer mente muito consciente facilmente entra num oceano de loucura e gozação
Por vinte e poucos reais
Mas os caminhos reais
Só trilha quem lida
Com tempo e forma de forma criativa
Quem vive a favor da vida
Ativando vida,
Por combustão e
Explosão
Drigo
quarta-feira, 30 de abril de 2008
Pesadelo
Meus demônios juntam-se a mim
E agora que chego perto do fim
Aceleram meus sentidos
Chegam calados
Abraçando meus pecados
Estão ao meu lado
A dizer
Logo tudo acabará
Ao passo que eu percebo
A névoa que a morte prenuncia
Ao raiar de um dia
Que não durará
Num último ato de desespero
Eu vôo alto, me esmero
Tentando não pousar
E fico ali pairando
Sobre as nuvens
Onde o bem estar ainda é
Onde possa esquecer
Onde possa ter fé
Mais sei, contudo
Que tudo um dia cai ninguém paira pra sempre
Que não se vive impunemente
E que crimes perfeitos não existem
Nem os que cometemos
Nem os que cometem com a gente
O universo não mente
Meus demônios são reais
Meus amores são jamais
E a morte é por demais
Iminente e sagaz
Drigo
E agora que chego perto do fim
Aceleram meus sentidos
Chegam calados
Abraçando meus pecados
Estão ao meu lado
A dizer
Logo tudo acabará
Ao passo que eu percebo
A névoa que a morte prenuncia
Ao raiar de um dia
Que não durará
Num último ato de desespero
Eu vôo alto, me esmero
Tentando não pousar
E fico ali pairando
Sobre as nuvens
Onde o bem estar ainda é
Onde possa esquecer
Onde possa ter fé
Mais sei, contudo
Que tudo um dia cai ninguém paira pra sempre
Que não se vive impunemente
E que crimes perfeitos não existem
Nem os que cometemos
Nem os que cometem com a gente
O universo não mente
Meus demônios são reais
Meus amores são jamais
E a morte é por demais
Iminente e sagaz
Drigo
terça-feira, 22 de abril de 2008
Sobre os Anjos, A Vida e Algo Mais
Um anjo me visita na cama
Às 5 horas da manhã
O que dizer a um anjo?
“Meu anjo eu tenho febre e eu estou
um pouco excitado e desordenado
Eu Não tenho para onde ir
E preciso Dormir
Para que eu possa então acordar
E seguir meu caminho
Meu anjo eu estou em pedaços
Cocaina e Vinho
Virado
E revirado
Numa semana insone e não há nada de bom que emane
Nesta situação
E meu anjo se há um sentido
Lembre-se que eu sempre acabo perdendo
A direção
E é assim que eu
Reviro um verso
Ao inverso e faço dele ainda
Um verso perfeito
Um verso que possa ser lido
Por qualquer um
De qualquer jeito
E que não reflita certeza alguma
Mas tão somente certa tristeza
Que emana de mim que de tão certamente triste
Emano uma triste beleza
E acabo sendo assim exaltado por ser tão
Fragmentado
Exaltam-me a segregação!
Sordidamente
Assim como exaltam meus amigos
De outra dimensão
É certo que são inofensivos
Não são nocivos
Como os inimigos que navegam por perto
A estes eu digo:
Esqueçam-me por certo!
Digo, porque a inimigo não se pede
Deixa-se que lhe saibam sede de uma beleza
Que não enxergam em si
Mas meu anjo,
Entre os amigos mortos e os inimigos vivos
Prefiro os vivos
Com quem interajo
Meu espírito é imediato
E o ato com quem já morreu
Não me atrai
Meu anjo,
Deixem-me ser vivo e andar com os vivos
Com seus corpos e almas e com os seus motivos
Prefiro assim
E prefiro sim a vida à posteridade
Por piores que sejam as dores em dias que detesto
A idade me faz querer viver com os melhores
Já que morrerei como o resto
Prefiro ainda doer com ardor
A andar atrás do dinheiro que não saberia sequer
Onde pôr
Eu que não encontro o amor
Não mais me iludo
Por um prêmio que não é meu ou
Por quem neste mundo
Como eu já se perdeu
Sabemos nós
Que há algo de ingrato num desejo concedido
E que por isso todo amor seja
Talvez por essência
Mal resolvido
E ainda que me emocione e por vezes
Até chore
Eu no geral aborreço
E sou aborrecido
E me admiram eu sei
Por ser um pouco de tudo
E um muito de nada
Admiram-me pelo que não sou e por acharem que sei sobre o mundo
O que na verdade não sei
Ou talvez,
Por ter o corpo aberto
Por ter a alma alerta
E por saber ser correto na hora errada
E errado
Na hora mais certa
Drigo
Assinar:
Postagens (Atom)