Com calma eu sigo
Menos ingênuo e mais amigo
A alma expande e eu dou abrigo
Ao Rodrigo que hoje estou
E sou
Nada mais do que sobrou
Da última explosão
Quando de estrela eu fui ao chão
E como Adão da terra fui moldado
Feito homem e soldado
Feito herói e filho da puta
Apto a luta, pois só assim se há de ser quando a vida é incerta
Eu sigo sozinho - minha costela ferida aberta
E adiante a floresta é negra e densa
Mas quem pensa demais não entra e age pouco
Ou pior, vive em reação
Não deixa rastro, vive infeliz e acaba louco
Em autocombustão
Por isso eu sigo
De peito aberto e espada em punho -
Minha moeda eu cunho -
Que minha vida sirva de lastro
E que se agregue o valor devido
A cada dor sentida
A cada coração apunhalado
Por uma promessa não cumprida
Eu sigo sereno e quando o dia vira noite e o ar se torna ameno
Eu paro por um lamento, pois sou humano e há momento para tudo
E é preciso beber água para que a mágoa não me consuma
Para que a mágoa não me Criciúma
E é quando,
Eu sento ao lado de meu inimigo
E lhe digo que sinto não por remorso
Mas sim por compaixão
Só assim posso seguir em frente
Mente a si mesmo quem oscila entre o ódio e a culpa
É no sentir a dor alheia que reside a sanidade
Não importa a idade a sanidade é atemporal
E eu sigo calmo, entre o bem e o mal
Transito livremente porque estou leve sei que a vida
É breve
Demais
Para que eu me perca ou me esconda ou atole
Água mole em pedra dura; por hora
Antes que fure
Evapora
E assim eu sei que talvez não seja nessa vida
Que eu receba compreensão ou os louros
Que já nem sei se quero mais
Talvez eu morra sem que encontre a minha paz
E o que eu deixe seja mera fotografia de uma luta
E talvez essa fotografia pareça um tanto insana
A verdade expõe - por definição - a tragédia humana
E que valha a pena tamanha exposição
Que eu conte história ou até inspire reflexão
Depois que eu expire e volte a terra e o vento leve
Num mesmo sopro que me criou
A vida é breve e a alma cresce e dá abrigo a quem eu amo
E ao que sou
Um Rodrigo que é mais que a soma de suas partes
Mais que o jogo de suas sortes
Mais que o mosaico de suas artes
Rodrigo Barata 01/dez 09
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Aconteceu no último dia de 2008
O sol queimava resquícios de um ano e a cidade vazia e o lixo do natal. Um garoto limpava a rua, insuspeito da própria resignação. Veio o carro, negro e novo. Dentro dele, ela, inimiga do povo. A mulher, no volante e com a mão na buzina. O corpo humano, feminino limitando dentro de si um universo de frustrações. No último dia do ano, a mulher, ao volante, não enxergou no garoto um humano, e buzinou uma incoerência que me doeu os ouvidos, exigindo que o garoto retirasse o lixo de seu caminho, para que ela pudesse estacionar.
Pobre mulher, que sem pensar deve ter se assustado ao se dar conta de sua pequeneza. Dentro do carro se sentindo realeza ouviu de mim o insulto bem colocado, lhe pondo nua no meio da rua, com seus quilos a mais de educação pequeno burguesa.
Aprendamos Brasil, a viver em sinergia. Aprendamos Brasil que a verdadeira alegria consiste na compaixão. De carnavais, Brasil, não se constrói uma Nação.
Criciúma, 31 de dezembro de 2008.
Pobre mulher, que sem pensar deve ter se assustado ao se dar conta de sua pequeneza. Dentro do carro se sentindo realeza ouviu de mim o insulto bem colocado, lhe pondo nua no meio da rua, com seus quilos a mais de educação pequeno burguesa.
Aprendamos Brasil, a viver em sinergia. Aprendamos Brasil que a verdadeira alegria consiste na compaixão. De carnavais, Brasil, não se constrói uma Nação.
Criciúma, 31 de dezembro de 2008.
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Hangover 9am
Eu escuto eu vejo eu mastigo
Cuspo o que não digiro
Vomito quando tudo é demais
E então me coloco de castigo
Acordo com sede doído cheirando parede
E é quando tudo fica chato e sem graça e
Eu perco a graça na frente do espelho
Eu perco a vontade na frente do espelho
E eu perco a fé
Mas então yeah yeah yeah,
Por milagrosa insistência
Eu acordo por decisão
E ser passa ser questão
crucial
Eu metade ar metade animal
Um pouco de tudo o que há por aí
Volto à cena
Sorrindo a quem me quer mal
Sorrindo a quem eu traí
Um pouco mais morto afinal
Eu volto à cena
Levando, sendo levado
Na espiral que me ilude
Por fazer parecer tudo tão igual
Tudo de novo
Quando nada acontece de novo
Nada se encerra
E eu sinceramente desconfio
Que saberemos jamais
Quem ganhou a batalha ou quem venceu a guerra
O que fazemos na Terra
Ou o que a Terra faz,
O que a Terra deseja e se ela planeja.
O que jaz na terra.
E onde é que a Terra jaz.
Cuspo o que não digiro
Vomito quando tudo é demais
E então me coloco de castigo
Acordo com sede doído cheirando parede
E é quando tudo fica chato e sem graça e
Eu perco a graça na frente do espelho
Eu perco a vontade na frente do espelho
E eu perco a fé
Mas então yeah yeah yeah,
Por milagrosa insistência
Eu acordo por decisão
E ser passa ser questão
crucial
Eu metade ar metade animal
Um pouco de tudo o que há por aí
Volto à cena
Sorrindo a quem me quer mal
Sorrindo a quem eu traí
Um pouco mais morto afinal
Eu volto à cena
Levando, sendo levado
Na espiral que me ilude
Por fazer parecer tudo tão igual
Tudo de novo
Quando nada acontece de novo
Nada se encerra
E eu sinceramente desconfio
Que saberemos jamais
Quem ganhou a batalha ou quem venceu a guerra
O que fazemos na Terra
Ou o que a Terra faz,
O que a Terra deseja e se ela planeja.
O que jaz na terra.
E onde é que a Terra jaz.
domingo, 12 de julho de 2009
oblivio accebit
E às vezes parece o fim estar perto
E o mundo implica em que se largue tudo e se comece
Tudo de novo
Como se o fim gerasse o novo
Ler um livro novo
Começar um´outra banda
E a menina que espera na esquina adiante
Nada que adiante
E o povo derrama gasolina
Na fogueira
E a epidemia de cegueira contamina
Não nego - sou cego - e eu pago para ver
Às vezes caro demais
São Tomé perdendo contato
com a realidade
Talvez a idade atrapalhe e de fato esteja perdendo a visão
Por miopia, astigmatismo, ou por cansaço
Eu carne
Eu não aço
Eu stigmato
Sigo
Pelo calor do tato
Errando um pouco em cada ato
Até por fim
Errar de fato
E eu sigo,
Vivendo por supor
E às vezes o fim parece estar certo
E dói o futuro ser incerto
Dói a ferida ainda aberta
Dói ter que acreditar
E ter que esperar
O sol nascer
Dgo.
E o mundo implica em que se largue tudo e se comece
Tudo de novo
Como se o fim gerasse o novo
Ler um livro novo
Começar um´outra banda
E a menina que espera na esquina adiante
Nada que adiante
E o povo derrama gasolina
Na fogueira
E a epidemia de cegueira contamina
Não nego - sou cego - e eu pago para ver
Às vezes caro demais
São Tomé perdendo contato
com a realidade
Talvez a idade atrapalhe e de fato esteja perdendo a visão
Por miopia, astigmatismo, ou por cansaço
Eu carne
Eu não aço
Eu stigmato
Sigo
Pelo calor do tato
Errando um pouco em cada ato
Até por fim
Errar de fato
E eu sigo,
Vivendo por supor
E às vezes o fim parece estar certo
E dói o futuro ser incerto
Dói a ferida ainda aberta
Dói ter que acreditar
E ter que esperar
O sol nascer
Dgo.
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Porra Caralho!
Porra Caralho!
Se eu for colocar agora aqui na mesa o quanto eu valho
Ou eu não valho
Eu desisto ante essa falta de propósito toda
Eu digo - Que se foda!
E então que não valha nem o dia de ontem nem o dia de antemão
Que não valha o que o cérebro conceba
Mesmo que ele conceba
Um coração
E se a menina que eu não sei se é ou não é não
Sumiu e me deixou com essa dúvida
E qualquer outra dívida
Na mão
Ela não se saiba tão mulher
Nem seja tanto mais do que puder
Ser até ser de fato
Então...
Drigo
Se eu for colocar agora aqui na mesa o quanto eu valho
Ou eu não valho
Eu desisto ante essa falta de propósito toda
Eu digo - Que se foda!
E então que não valha nem o dia de ontem nem o dia de antemão
Que não valha o que o cérebro conceba
Mesmo que ele conceba
Um coração
E se a menina que eu não sei se é ou não é não
Sumiu e me deixou com essa dúvida
E qualquer outra dívida
Na mão
Ela não se saiba tão mulher
Nem seja tanto mais do que puder
Ser até ser de fato
Então...
Drigo
Assinar:
Postagens (Atom)