São Paulo eu prometo não rimar no infinitivo
E te amar sem reservas, medos ou motivos
Decidido e condicionado por tuas formas eu me coloco em teu centro
Eu me concentro
Nesse amor
e por esse amor te julgo acima de tua indecência
Me ponho dentro sem proteção
- por inocência
E dose certa de inerente incoerência
Que nunca falha em me fazer alcançar
São Paulo eu te como por fome e sem reservas
Medos ou motivos
Por não saber rimar no infinitivo
E eu acho que só você é capaz
De me entender e entender como
Meus medos refletem nos teus
espelhos de céus azuis e vermelhos que me cegam
os olhos
eles
abrem quando me tocas a ferida aberta na hora incerta
Como uma amiga leal
São Paulo eu te conheci por espelhos e és muito melhor assim
Quando caminho por ti em confidência
Sussurrando que estou feliz
por não ter esperado conselhos
E me haver poupado escutar de teus tão certos defeitos
Teus futuros imperfeitos,
teus sês e quandos e senãos
São Paulo que acontecimento tão doloroso eu espero
Que eu não possa te suportar?
O que eu te peço, e tão só o faço
É que aceites o catálogo de sofrimentos antecipados que eu trago comigo
Meus medos, eu nos prometo
Eu hei de superar
Rodrigo Barata, 2/2010
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