A esperança se disfarça em
Memórias do que ainda não vivi
Chega e me enfia hoje a faca do futuro na garganta e diz:
-De nada adianta fingir
Que o homem que sou não foi moldado pelo menino que nasci
Ou fingir que os meus planos são destino
Ou que vivi em desatino sem saber onde ia dar
E é, pois então que prefiro dar
A esperança o título
De inimiga mortal que me coloca de joelhos
E me faz implorar por piedade
Desculpar-te de tua maldade
E escutar os conselhos de quem é tão vazio
E a esperança me pariu
Sabendo-me não durar
E sabe ainda que as memórias que hão de vir
Apagar-se-ão
E que será assim definitivamente em vão
Esperar
Enganar a consciência de que
O que sonhei
Fora sempre e para sempre será
Destruído pela conseqüência do fui, pelo que hoje sou e pelo que não serei
Em dias que não sei
Até que o fim derradeiro que me queimará por inteiro
E que não me porá novo jamais
Devolva-me enfim a paz
E nada mais então será dito ou escrito sobre mim
A não ser “aqui jaz o maldito”
Que por tanto esperou
E que em tanto acreditou veementemente
A cada sol nascente
Devia ter tão somente bastado o conforto
Do abraço amigo
O deslumbre com sol poente
Devia ter bastado cerveja na mesa do bar
Devia ter bastado a música
E a ilusão de ter sido desejado
A cada desejar
Drigo
segunda-feira, 17 de março de 2008
domingo, 2 de março de 2008
Sobre o Esperar II
De certa forma eu espero
Numa esperança que me corta e sangra
Os olhos e me faz arder e me sentir mais
Pesado do que a gravidade do problema
Dado o peso que o sistema
Imputa sobre meus ossos
E os “não-queros” e “não-possos” que eu escuto mesmo quando todos silenciam
Roubam-me a alegria de viver o dia a dia
E me fazem sofrer pelo que sei e o que eu não sei
Até o ponto onde já não sei mais
O que dizer
Ou dizer se esperei a toa
Se a vida é ruim ou se ela é boa
E se você também se sente assim sem saber como se sente
Eu lhe proponho uma proposta mais do que decente
Façamos um pacto
Esqueçamos Deus e o diabo
E façamos seus os meus ouvidos e os meus ombros
E eu te retiro dos escombros que viraram nossas vidas
Pois esperar é acreditar que há saídas entre o céu e o sob o chão
E,
Até que eu te tenhas imersa em compaixão
Eu imergido de antemão te digo mil sins e nenhum não
E eu espero assim me fazer presente nesse mundo
E fazer de cada segundo
Uma nova possibilidade
De uma nova geração
Drigo
Numa esperança que me corta e sangra
Os olhos e me faz arder e me sentir mais
Pesado do que a gravidade do problema
Dado o peso que o sistema
Imputa sobre meus ossos
E os “não-queros” e “não-possos” que eu escuto mesmo quando todos silenciam
Roubam-me a alegria de viver o dia a dia
E me fazem sofrer pelo que sei e o que eu não sei
Até o ponto onde já não sei mais
O que dizer
Ou dizer se esperei a toa
Se a vida é ruim ou se ela é boa
E se você também se sente assim sem saber como se sente
Eu lhe proponho uma proposta mais do que decente
Façamos um pacto
Esqueçamos Deus e o diabo
E façamos seus os meus ouvidos e os meus ombros
E eu te retiro dos escombros que viraram nossas vidas
Pois esperar é acreditar que há saídas entre o céu e o sob o chão
E,
Até que eu te tenhas imersa em compaixão
Eu imergido de antemão te digo mil sins e nenhum não
E eu espero assim me fazer presente nesse mundo
E fazer de cada segundo
Uma nova possibilidade
De uma nova geração
Drigo
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